Acadêmicos de Engenharia de Alimentos realizam ações de extensão em comunidades rurais

Postado por: Danilo Vegini De Matos Matos

Ensino, pesquisa, extensão, empreendedorismo e inovação são os pilares de desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A extensão é de suma importância no desenvolvimento pessoal e profissional dos acadêmicos, pois possibilita a troca de experiências da comunidade e a disseminação do conhecimento científico  fortalecendo o vínculo entre a comunidade externa e a interna. Ademais, a extensão promove a difusão da profissão proporcionando uma maior visibilidade para assuntos como a elaboração de alimentos e a produção sustentável.

Acadêmicos do curso de Engenharia de Alimentos têm desenvolvido ações de extensão na disciplina Tópicos em Extensão III, ministrada pela Profª. Drª. Raquel Pires Campos, nas quais eles preparam conteúdos para atender às principais demandas da comunidade externa. A primeira visita foi realizada no Sítio Primavesi situado no município de Terenos, onde foi possível o encontro de produtores dos assentamentos São Pedro do Sul, Campo Verde e Nova Querência, bem como representantes do município e da Agraer. O objetivo da visita foi fomentar o conhecimento de Boas Práticas de Fabricação e sanar as dúvidas mais frequentes dos produtores.

FIGURA 1. Encontro dos acadêmicos com a agricultura familiar no Sítio Primavesi

Nos dias 6 e 7 de maio, os acadêmicos realizaram uma viagem à Base de Estudos do Pantanal da UFMS (BEP-UFMS) e tiveram oportunidade de conhecer as aldeias indígenas Passarinho e Babaçu, localizadas em Miranda-MS; o Porto de Corumbá, com degustação de alimentos típicos com frutos nativos; a Comunidade Ribeirinha Passo do Lontra e a Agrofloresta do Núcleo Ser Vir a Vida, com troca de vivências e realidades em cada comunidade visitada, bem como bate-papo sobre valorização de frutos nativos dos biomas Cerrado e Pantanal.

Denis Daniel de Oliveira, o guia de etnoturismo da Agência Indígena Vamá Etnotur Miranda-MS, conduziu os acadêmicos na Aldeia Indígena Passarinho, parte da Terra Indígena Pilad-Rebuá de etnia Terena, localizada a aproximadamente 3 km do centro do município de Miranda-MS.  O Cacique Dirceu Marcos Justino e Nair Costa (representante das mulheres) os recepcionaram na aldeia, onde apresentaram a cozinha industrial construída com o objetivo de desenvolver a economia local. Houve diálogo sobre a importância da valorização dos frutos nativos e como a Engenharia de Alimentos poderá agregar neste desafio.

FIGURA 2. Encontro dos acadêmicos com a Aldeia indígena Passarinho

A Aldeia Indígena Babaçu, também de etnia Terena, faz parte da Terra Indígena Cachoeirinha e está localizada a aproximadamente 16 km do centro do município de Miranda-MS. Nesta visita, foi possível  conhecer os artesanatos, que transmitem a história e a cultura local gerando renda, este é um conhecimento transmitido de geração em geração de mulheres. Ainda, puderam degustar do almoço feito pelas mulheres com hortaliças e vegetais plantados na própria aldeia. 

FIGURA 3. Encontro dos acadêmicos com a Aldeia indígena Babaçu

No Porto de Corumbá, os acadêmicos conheceram a chef Michele e degustaram os alimentos com frutos nativos, como o baru e a bocaiuva, além do chá de guavira, fruto símbolo do MS.

FIGURA 4. Encontro dos acadêmicos com a chef Michele

No segundo dia, conheceram a Comunidade Ribeirinha Passo do Lontra, localizada a 127 km do município de Corumbá, formada principalmente por pescadores e familiares. O momento foi de escuta sobre a realidade e os desafios vividos pelas famílias, como a necessidade de agregação de valor e valorização dos produtos locais comercializados, principalmente aqueles proveniente da pesca no local.

Entre o primeiro e o segundo dia, os discentes puderam contar com o apoio e recepção dos servidores da Base de Estudos do Pantanal, onde conheceram a equipe responsável e a estrutura do local. Por fim, visitaram o Núcleo Ser Vir a Vida situado próximo ao município de Miranda, onde conheceram a lagoa e os plantios do Sistema Agroflorestal/Sintrópico, bem como os produtos de frutos nativos desenvolvidos pelas aldeias La Lima, Mãe Terra e Limão Verde, como a farinha de jatobá, bocaiúva, acuri e a castanha de baru. 

FIGURA 5. Visita à Base de Estudos do Pantanal.

Diferentes culturas e realidades impactam na perspectiva do existir, reforçando o respeito e o olhar holístico do mundo”  (Autores).

 

Autores: Christopher Leandro Rodrigues dos Santos, Mari Ellen Costa Romero e Thaís Lima de Freitas Claro.