Projeto CEA encerra programação do Agosto Lilás com palestra sobre violência política de gênero e ações de solidariedade
O Projeto CEA encerrou, no dia 25 de agosto, a programação da Campanha Agosto Lilás com um evento marcante realizado no auditório do LAC, que reuniu público da comunidade acadêmica da UFMS. A programação de encerramento contou com dois momentos especiais: a palestra sobre violência política contra mulheres e a iniciativa do Cabide Solidário da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição (FACFAN), que disponibilizou gratuitamente roupas, acessórios, além de itens de cama, mesa e banho para estudantes, servidores e terceirizados.
O evento contou ainda com a presença da Professora Dra. Luciana Contrera, Coordenadora do programa Sou Mulher UFMS, que representou a Magnifica Reitora Professora Dra. Camila Ítavo; de representantes da Procids; e da Professora Dra. Luciana Miyagusku, Diretora da FACFAN.
A relevância do encontro foi ainda mais sublinhada pelas palavras inspiradoras da Professora Doutora Luciana Contrera que destacou a importância crucial do evento, afirmando: “Este encontro é uma oportunidade fundamental para reforçar o compromisso de nossa universidade com a proteção e o empoderamento das mulheres. Cada atividade, cada conversa e cada gesto aqui realizados contribuem para construir uma cultura de respeito, equidade e prevenção à violência de gênero.”
A abertura cultural ficou por conta da artista Jakeline Sanfoneira, que trouxe música e emoção para iniciar a atividade. Em seguida, as palestrantes Ladielly de Souza, presidente do Coletivo Elas Podem, e Karla Walesca de Melo, tesoureira da mesma instituição, conduziram a discussão sobre a violência política de gênero.
As convidadas destacaram que esse tipo de violência não se limita a agressões físicas, mas inclui ataques virtuais, tentativas de deslegitimação da atuação política, assédio moral e psicológico, ameaças e até impedimentos do exercício do mandato. A palestra também trouxe à tona relatos e reflexões sobre os desafios enfrentados pelas mulheres que atuam em espaços de decisão.
A violência política de gênero passou a ser tipificada no Brasil com a Lei nº 14.192/2021, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater práticas que atentem contra os direitos políticos das mulheres. Apesar desse avanço, os dados ainda revelam barreiras significativas: muitas mulheres continuam a relatar ataques durante campanhas eleitorais e no exercício de mandatos, especialmente em ambientes digitais.
O combate à violência política contra mulheres foi apontado como condição essencial para o fortalecimento da democracia. Afinal, garantir a participação feminina nos espaços de decisão não é apenas uma questão de justiça, mas uma exigência para uma democracia plena. Como reforçaram as palestrantes, “quando uma mulher é silenciada, toda a sociedade perde a chance de avançar”.
Texto: Por Maria Eduarda Mendonsa Ferreira – Coordenadora do setor de campanhas do CEA (Projeto de Extensão Conhecendo a Engenharia de Alimentos)